TARDE
Ardem maçãs na tarde aberta
sobre o pomar do teu passado
Conta quem foste Recomeça
com outros frutos o relato
Sejam romãs É uma festa
ir decifrar-te bago a bago
Conta em que tronco as tuas pernas
viram primeiro a luz de um rapto
Ou projectaram ser a hera
tocando frutos lá no alto
Conta quem foste Nunca 'squeças
que só em frutos te translado
David Mourão-Ferreira, in "Órfico ofício", Obra Poética, 5ª ed., Editorial Presença, 2006
Foto: Isabel Solano
2 comentários:
Nossa, que poema lindo!
Adorei o blog!
Abraços
Obrigada, Tatá!
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