
ÚLTIMO DE "TRÊS POEMAS PARA CECÍLIA MEIRELES"
Feliz corria. E incauta.
E o vento sua trança destrançava
enquanto um som de flauta
flutuava.
Quantos anos passaram para que
seu cabelo de ouro e espiga
se cobrisse de neve? Se
alguém o souber que diga.
Ou não diga. Para quê dizê-lo?
Se há algum cabelo ao vento
já não é o seu cabelo;
é o de outra menina incauta
que não sabe que cada esquecimento
tem escondido um som de flauta.
Sidónio Muralha, in Jorge de Sena, Líricas Portuguesas, vol. I, Edições 70, Lisboa, 1984
Foto: Isabel Solano
2 comentários:
Lindo, nunca li Sidónio Muralha, tenho que espreitar. A foto está soberba.
:))
@Convida no flickr.
Este blog é assim uma Isoluz.
re: adorei o comentário:
- anos para encontrar as cinco vítimas...lol
ah! conhece aquele tipo que muda o móvel da sala de lugar...está lá no flicrk:-)
boa semana***)
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