AS MANHÃS
Das manhãs
Apenas levarei a tua voz
Despovoada
Sem promessas
sem barcos
sem casas
Não levarei o orvalho das ameias
Não levarei o pulso das ramadas
Da tua voz
Levarei os sítios das mimosas
Apenas os sítios das mimosas
As pedras
As nuvens
O teu canto
Levarei manhãs E madrugadas
Daniel Faria, in "Oxálida", Poesia, Quasi, 2003.
De novo Daniel Faria, em Oxálida, um dos seus primeiros livros de poesia. Oxálida é uma variedade de trevo. Mas são de mimosas estas manhãs em que ouço a voz do silêncio.
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