
O regresso fez-se à estrada de sempre em hora de ponta
caem os vermelhos onde não há semáforos só chapas e fumos
mas o tempo nem te custa quando o pensamento voa
do coração para lá e de lá para o coração há dias e meses
A luz da busca incessante brilha queimando o rosto e tudo
apanhas os brancos todos que vês e não vês e queres ver
e o tempo custa-te quando voa e o queres parar ali
caminhas só com o coração para lá e de lá no coração há dias e [meses
O regresso não se completa no azul brilhante do rio ali ao lado
e do coração para lá sonham-se encontros desmarcados
A luz que queima os brancos invade o coração para lá
branco a entrar pelo azul do rio lá ao lado
o rio já desce a rua e corre fervendo de lá para cá
Sinal verde. Sonhas mais depois.
E a luz.
Bárbara Pais, in In Vida Veritas, inédito, 2007
Foto: Isabel Solano
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