Para a próxima, voltarei, quem sabe se com coragem para ler algum dos meus rabiscos?

ÂNFORA
Esvaziada me deixa a tua ausência
O mundo ao meu redor é um deserto
Vislumbro-te um oásis se estás perto
Romã e cidra é tua imanência
Quando te vais, fontes em mutação
Libertam gotas acres e salgadas
São lágrimas as águas derramadas
Que de mim brotam em desolação
Penetraste, símil, em minha aura
Pintando a cor ideal, a que restaura
Os danos incrustados em cegueira
E a ânfora que eu era estilhaçada
Colada a este amor está restaurada
Voltei, amado meu, a ser inteira
Carmo Vasconcelos, in Boletim da Associação Portuguesa de Poetas, nº39, 2007 (que me desculpe a APP e a autora se a referência não estiver correcta)
Foto: Isabel Solano
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