VIDA
Vejo o sol nascer
mesmo sabendo
que não nasce
para me ver
Bebo a água da fonte
mesmo sabendo
que não borbota
para eu beber
Leio toda a poesia
mesmo sabendo
que não se mostra
para eu ler
Sorvo da vida tudo
mesmo sabendo
que nasci
para morrer
Luísa Veríssimo, in A Ponta Mentos, inédito, 2007.
Foto: Isabel Solano
1 comentário:
não tenho uma relação fácil com a poesia, disperso-me facilmente para outra coisa não precisando para isso dela ser muito complicada. de vês em quando tem uma ou outra que mesmo sem musica canta tão simples coisas tão interiores que saltam as minhas dificuldades e me deliciam assim como estas palavras bonitas que acabo de ler aqui agora da Luísa Veríssimo, nome que não conhecia.
gosto muito da foto. gosto do reforçar da dualidade para lá do céu e da terra, da luz e da sombra, parece que o fruto em sombra mais do que apenas fruto parece ser um sol de sombra quase lhe imitando a forma e o tamanho.
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