
Poesia, s.f.
Raiz de água larga no rosto da noite
Produto de uma pessoa inclinada a antro
Remanso que um riacho faz sob o caule da manhã
Espécie de réstia espantada que sai pelas frinchas de
um homem
Designa também a armação de objectos lúdicos com
emprego de palavras imagens cores sons etc.
geralmente feitos por crianças pessoas esquisitas
loucos e bêbados
Manoel de Barros, in O Encantador de Palavras, Quasi, 2000
4 comentários:
Aqui cheguei através do link na tua foto. É impressionante a coincidência, estive a falar de Manoel de Barros a uma das minhas amigas dos livros.
Guardei nos favoritos, quero cá voltar
:))
Descobri Manoel de Barros através de um amigo brasileiro (obrigada, Goga!) e foi uma surpresa. São um encanto, fascinação pura, as suas palavras. Só tenho ainda O Encantador de Palavras, mas quero mais!!!
Obrigada pela visita!
Espera aí... agora é que percebi quem és, Loca! Faltava o Bandoca... :-)
(Como é que se marcam contactos nesta coisa dos blogger?...)
Fico muito contente que você tenha gostado do Manoel de Barros. Além de ser um poeta fascinante é um ser humano muito raro, simples e humilde em seus 90 anos. Vive em minha Campo Grande, lá no Brasil.
Seu Ver Inverso é tão magnífico quanto suas fotos.
Grande abraço,
Goga
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