
Nem tudo o que faço tem uma finalidade
concreta
e porém em tudo o que faço
calculo cada passo
quero atingir a perfeição
Como as palavras que escrevo
em versos frases soltas
ao correr do pensamento
Para que as deixo fluir
com que intento
saem livres
e não as deixo poisar
simplesmente
no papel branco ainda deserto?
Inclino-as com o meu sopro
às vezes forte outras ligeiro
e em dias de paciência
faço-as passar lentamente
entre os meus dedos
de bico de pasteleiro
modelo-as em pétalas de flores
de viço moderado
triste, calculado
Bárbara Pais, in Não Sei Falar de Mim, inédito, 2007
Foto: Isabel Solano
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