A fotografia fui fazê-la de propósito, dei-me conta de que os meus momentos fotográficos são sempre oferecidos a Hybris... merecidamente, depois de todo o pathos quotidiano.
ANANKÉS (OU PARCAS, OU MOIRAS)
As coisas todas que tenho que fazer
ficam de fora: agora
a hora é de prazer: um verso satisfeito
um olhar devagar
...e os colarinhos da tua camisa
a apontar-me o dever
Era preciso
os colarinhos tão simétricos? Era preciso
o beige da camisa, os vincos da presença,
o bolso descosido a pedir
linha?
Era mesmo preciso esta
tragédia?
Ana Luísa Amaral, in "imagens", Coisas de Partir, Gótica, 2001
Foto: Isabel Solano
1 comentário:
Vim aqui para agradecer o texto primoroso que deixou nas Folhas.
Preciso, afiado,certeiro.
E aí encontro esta postagem.
Vou reler.
Vou reler.
Isabel por descobrir e ser generosa em dividir conosco,muito obrigada de coração.
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