Perdeu-se o teu retrato
apagou-se como se apaga
aquilo que se esquece.
Eras jovem, um caule vigoroso
vinhas de longe, chegavas
de um lugar fantástico
- nunca cheguei a saber
qual era esse lugar: se tinha casas
e jardins
se tinha verão, se tinha mar
se era longe ou perto esse lugar.
Um vento raso cobriu de esquecimento
o teu retrato
- era da infância que vinhas?
Nuno Higino, in No Silêncio da Terra, Campo das Letras, Porto, 2000
Foto: Isabel Solano
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