Era no tempo doce das amoras
que eu me perdia pelos carreiros
imprecisos à volta da aldeia
no devaneio vago, a breve ideia
de ouvir tocar o sino ao longe
e contar as badaladas musicadas
da torre do sino da igreja.
As amoras doces perdiam-se
pelos carreiros incertos
que vagueavam por mim
e, quando o sino tocava,
entre os chocalhos das cabras
dos rebanhos que passavam,
misturavam-se os badalos;
tarde demais, lembrava-me então
de contar as pancadas do tempo,
quando elas chegavam ao fim.
27/3/2008
Bárbara Pais, in Quase Entrecho, inédito, 2008
Foto: Isabel Solano
1 comentário:
Pois era...
... e o pó cobrindo o vermelho dos ténis e o negro das amoras.
Ainda vivo para as trincar por ai.
Beijo.
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