ouvi um poema
escrito nas minhas costas
não quis ver quem o dizia
só quis saber que o sentia
sem querer sentir que sabia
provei as palavras
doces
envenenada a razão
engoli tudo de um trago
com a sofreguidão
de quem tem um prazo
a cumprir, sem atrasos
o tempo a fugir
reclinei-me na poltrona
velha
ainda lá estou
à espera que a noite venha
Fevereiro/2007
Rui de Morais, in Caminhante, inédito, 2007
Foto: Isabel Solano
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