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quarta-feira, junho 11, 2008

Prazo


ouvi um poema
escrito nas minhas costas
não quis ver quem o dizia
só quis saber que o sentia
sem querer sentir que sabia

provei as palavras
doces
envenenada a razão
engoli tudo de um trago
com a sofreguidão
de quem tem um prazo
a cumprir, sem atrasos
o tempo a fugir

reclinei-me na poltrona
velha
ainda lá estou
à espera que a noite venha

Fevereiro/2007

Rui de Morais, in Caminhante, inédito, 2007
Foto: Isabel Solano

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