
Na manhã de um dia tão diferente
Em que o sol nasceu a poente
E a Terra parou simplesmente de rodar,
Ouviram-se choros e gritos,
Viram-se olhos abertos de terror
Nos homens e mulheres que corriam,
Aflitos, levando nos braços
As crianças, suas esperanças.
Mas as ovelhas não sairam dos pastos,
As aves não deixaram de cantar
E os rios continuaram
em marcha lenta para o mar.
Aquilo que é de razão,
Tanto quanto a falta dela,
Só os homens,
Na sua infinita racionalidade,
Entendem.
Fevereiro de 2007
Luísa Veríssimo, in A Ponta Mentos, inédito, 2007
Foto: Isabel Solano
Sem comentários:
Enviar um comentário