No quente de um café à beira-mar,
um homem naufragava em si, perdido
em sonhos embalados pelas ondas,
ouvindo em eco sons de búzios ocos.
Pela areia húmida, havia passos sem sentido,
deambulações sem tempo conhecido
de alguns vagos vultos indiferentes.
Ali mesmo, num já frio café à beira-mar,
eu queria ter o olhar errante daquele homem
e beber dele o desejo ardente de sonhar.
7/11/2007
Isabel Solano, in Errância, inédito, 2007.
Foto: Isabel Solano
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