
escrevo-te das costas de um tempo amordaçado
quando ainda era pecado simplesmente sentir
e por isso a rosa se exilou do próprio cheiro
digo-te que hoje vejo abril em tons de cinza
que há um cravo a murchar de dor em cada mão
seca-se-me a voz, seca a caneta com que escrevo
e amachuco a folha que o vento já arrasta pelo chão
3/1/2008
Isabel Solano, in Entretextos, inédito, 2008.
Foto: Isabel Solano
4 comentários:
lindo...e adequado!...e para ti...
"the flowers are all right"...!?...
Lindo.
Isabel,
O cinza rubro de abril.
Como encantas com tuas paixões.
Poesia e fotografia...A primeira é voz que faz sentir e ver até o que inexiste;a segunda sem falar é um dizer que vê.
Boa música,belos poemas,tocante recorte...este Mia Couto em Horário do Fim.
Venha me visitar no blogue Cristina Siqueira lá a Querida Querubim tece enredo.
Até mais,
Cris
mesmo em gris ainda há a força das mãos que escrevem e dos cravos em volta.
beijo do lado de cá.
obrigada pela generosa aparição.
volto um dia para tempos de caminhada, compassos e poesia ao ar livre...
Enviar um comentário