
Se um dia secarem as palavras
do rio que só nós soubemos navegar
se acordarmos sós e despidos
das quimeras que já não podemos segurar
restará ainda a velha ponte
hirta e fria, abandonada,
sobre um leito desfeito, vazio,
e alguns versos soltos pelas margens
como as folhas de outono
de nós nada mais se ouvirá
15/04/2009
Isabel Solano, in Sem nós na garganta, inédito, 2009.
Foto: Isabel Solano
8 comentários:
Ao ler lembrei-me desta canção do Chico e deste trecho;
Tantas palavras
Que eu conhecia
E já não falo mais, jamais
Quantas palavras
Que ela adorava
Saíram de cartaz
Nós aprendemos
Palavras duras
Como dizer perdi, perdi
Palavras tontas
Nossas palavras
Quem falou não está mais aqui
********)
Olá !!!
estou passando pra te Parabenizar pelo seu Blog.
Seja bem vinda ao meu !
bjs
...
só o lamento do vento pelos sonhos que se foram,
e a ponte para os alcançar.
belo!
obrigado
..."se acordarmos...sós e despidos"!...lindo!...para ti...
"Ima phuyun jaqay phuyu."
besos poetiza!
passei para dizer da saudade, da promessa de caminhar, de tempos que ainda viveremos.
o abraço que atravessa o mar.
Estive ausente por conta das férias... Mas acabo de voltar ao mundo bloguístico e me delicio aqui com tuas palavras e com a imagem. Muito bonito tudo. Tão bonito que o sentido dos versos, que poderia ser talvez assustador, acaba por ser tão sereno...
Abraços!
Atravessei o ribeiro para deixar-te um abraço.
E que bom ouvir o "tanguear" neste espaço.
Bela escolha musical
Bêjo
PS Devia estar sem óculos e precisei revisar:-))))
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