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sexta-feira, julho 31, 2009

O poeta em um pouco de morte


Leio e cobiço o Poeta
que quer morrer por um bocado
que isto de andar neste viver
o vem trazendo tão cansado

A morte adormeceu-lhe ao colo
e a um canto do quarto ali está ela
a mulher que vela o sono de ambos
tricotando o tempo devagar
para que o descanso se demore
e o Poeta só acorde
farto da sua própria morte

17/11/2007

Isabel Solano, in Errância, inédito, 2007.
Foto: Isabel Solano

2 comentários:

Pedro disse...

belo belo belo

da morte o regresso presto
à morte tempo emprest(im)o
encontro terno adiado
tempo vivo deslado
tempo o dia do
tempo o|dia|do

Pedro

Sofia de Magalhães disse...

'a morte adormece-lhe ao colo'...

tenho saudades!