
SILÊNCIOS
Encontramos a praia deserta. Com os olhares fugidios,
ensaiamos alguma conversa de mistérios abertos
na seriedade do momento musicado pelas ondas do mar
e pelos gritos das gaivotas tristes, mas brancas.
O silêncio está sempre ocupado, mesmo quando não há palavras;
portanto, as reticências podem prolongar-se em suspiro longo,
os pontos finais deitar-se ao abandono do ar fresco.
A manhã parece cheia de vazios repletos de sensações
e as palavras vão ganhando agilidade, ritmo, alguma emoção,
enquanto os silêncios de mar calam brisas ainda húmidas.
As gaivotas alinham-se agora, sentadas na areia molhada,
enquanto batem os corações que as olham, descompassados.
Sentimos o ar tão quente, que queremos ter asas também,
voar contra o vento de penas leves em desalinho.
Enterramos longe as pesadas penas de ontem.
Ainda há pouco o tempo parou em todos os relógios.
E nós deixámos.
Isabel Solano
10 comentários:
Parabéns pelo prémio Isabel! Acho que lhe faz justiça pois é, de facto, um poema belíssimo.
Quem não desejaria ter asas como as gaivotas? Mas dizê-lo da forma que o diz já é outra coisa... própria da alma de um poeta, como a Isabel. Enfim... todo o poema, do princípio ao fim é realmente belo.
Um beijinho e votos de um ano de 2010 cheínho de sucessos. Com amizade,
Paula
sem palavras,
apenas silêncios.
belo!
Que bonito! *
Isabel Solano
adoro tudo o que escreve
"Conheci-a" através do meu amigo Torquato!
Um beijinho de força!
Tiberio Gil
Isabel Solano
Adoro tudo o que escreve.
"Conheci-a" através do meu amigo Torquato da Luz.
Um beijinho e força, grande poetisa.
TGil
Ando sempre a espreitar à espera de ler coisas belas que há-de escrever.
TG
Muito bonito seu cantinho, virei mais vezes nuança em poesia, beijos.
Olá ... Belo poema.
Ele me fez pensar que as vezes temos simplesmente que ficar em silêncio, Ele simplesmemte nos fala...
bjs
Parabéns !!!
Simplesmente... sem comentários !!!
bjsssss
Belo poema!
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